Santuário Nossa Senhora da Graça
A ermida do Monte Farinha ou santuário de Nossa Senhora da Graça, eclesiasticamente, pertence à Diocese de Vila Real, cujos limites com a de Braga são actualmente definidos na região pelo rio Tâmega.
Está situada na freguesia de Vilar de Ferreiros (Mondim de Basto) e dista cerca de 100 km do Porto, 40 de Guimarães, 30 de Amarante, e 50 da cidade de Vila Real.
É talvez a quarta construção. Antes dele houve outras mais modestas, que a inclemência dos tempos destruiu ou danificou gravemente.
Em 1747, os Mordomos e a confraria requerem ao arcebispo de Braga, D. José de Bragança (a diocese de Vila Real só foi criada em 1922), a reedificação da capela “desde os Fundamentos”, tendo o Pároco de Vilar de Ferreiros e de Atei que tal obra era necessária por “ ter sofrido ruínas e ser antiquíssima”. Dez Anos depois, em 1758, a obra estava concluída. Alguns melhoramentos complementares terão sido feitos depois, como parece indicar a data de 1775 gravada na porta do púlpito.
A primeira Capela no alto do monte, com o título de Senhora da Graça, parece ter sido construída no séc. XVI. Deve ser desse tempo a antiga imagem da Senhora da Graça, actualmente guardada e substituída por aquela que se encontra ao culto no Santuário.
O actual edifício, todo em granito da região, é formado por torre sineira quadrangular, nave única octogonal; e capela-mor e sacristia rectangulares, em eixo. O interior é em cantaria, em fiadas de aparelho isódomo. Coro-alto sobre arco abatido, com abalaustrada de granito e sub-coro com duas pias de água benta, gomadas, confrontantes. Nave coberta por cúpula de granito, sobre cornija circular e pavimento lajeado.
Espaço centralizado, estruturado por 4 arcos plenos sobre pilastras dóricas, com dois púlpitos laterais, de base rectangular sobre mísula volutada com decoração fitomórfica, guarda de madeira policromada e marmoreada, sanefa de talha a sobrepujar o vão em cuja verga está gravado Feito Este Santuário (púlpito do lado da Epistola) e Ano de 1775 (púlpito do lado do Evangelho). Na capela-mor com o símbolo mariano AM, pontificam além da imagem da padroeira, Nossa Senhora da Graça, sobre a banqueta do sacrário, as imagens do Sagrado Coração de Jesus e de São Tiago, que com as do Crucificado e de Nossa Senhora de Fátima constituem o principal património iconográfico da ermida. (3)
Fazem parte deste santuário além dos imóveis correspondentes à casa das estampas, casa e bouça do ermitão, restaurante e centro de acolhimento aos peregrinos, mais três capelinhas que compassadas ficam num dos antigos acessos ao “Iteiro” da Senhora, ou do Santinho (São Tiago), como ali se diz. A do fundo, de 1889, com o presépio, recorda o nascimento de Jesus; a do meio, de 1933, lembra a visita de Nossa Senhora a sua prima Santa Isabel; e a de cima, de 1886, com o Pai Eterno e o Anjo São Gabriel, alude à Anunciação.
Trata-se de um dos principais santuários marianos do Norte de Portugal e dos mais concorridos de entre Douro e Minho, agora com Centro de Acolhimento e de apoio aos peregrinos e romeiros que ao longo de todo o ano têm as portas abertas e restaurante em funcionamento.
*(A primeira Peregrinação de Setembro ao Santuário de Nossa Senhora da Graça realizou-se em 1945. Iniciativa da Juventude do Concelho de Mondim de Basto e que aderiram jovens e adultos dos concelhos vizinhos com a intenção de agradecer o fim da II Guerra Mundial).